17.2.11

Largo de São Vicente ao Campo de Santa Clara, ás terças e sábados das 7h ás 18h.O ritual repete-se, que se conheça, desde os tempos do grande terramoto. Na feira da ladra, compra se tudo, vende se mais ainda, e o preço faz quem melhor regatear.


Vai á feira da ladra quem gosta de um passeio desperto. Já dizia a Sra.(o nome de uma dessas velhas), “É preciso estar sempre alerta”. Pelo menos o nosso foi assim. Chegámos á hora da euforia. Todos se preparam para passar ao estado de regateadores natos, os que sempre o foram, e os que nunca haverão de ser. O sol aparece para acordar os mal dormidos.


Os panos estendem-se logo de madrugada. Há um policia empertigado sempre á vista, não se lembrem os ânimos aquecer. Armam-se as barracas. As carrinhas brancas fazem parecer a mercadoria pesada, mas não é na feira da ladra que o velho se vende como novo e o novo já é velho, porque passou de moda?

Conta quem sabe que a verdadeira feira começa de madrugada, ás 7 horas, quando o atraso do feirante dá direito a perda do espaço no passeio do costume. Panos, ferros, lonas estacas e cordeis compõem o estamine. Tudo o que se vende, legal ou ilegal, pertence ao património familiar, e tem uma historia de família. Da família de alguém.


A dona Laurinda, conta orgulhosa, faz a feira há 55 anos, agora nos seus 73 já lhe custa “porque o que se ganha já não compensa”, mas mesmo assim os seus olhos brilham quando fala da ladra antes do 25 de Abril. “ não havia cá bulhas nem zaragatas com os outros feirantes, a polícia não deixava e nem precisava de cá estar. Há uns tempos até tive que sair do meu sítio e vir aqui para cima.” E contínua a dizer “Está a ver aquela estátua, era ali que se enforcavam as pessoas antigamente, eu estava ali mesmo ao lado com a minha banca mas com estas confusões de agora menina, isto já não é o que era”. Ela que nem conhecia a feira da ladra, mas quando casou pela primeira vez veio para cá e nunca mais fez outra coisa da vida. “Eu sou reformada aqui da feira”, já o segundo marido não achava tanta piada.

O Senhor Vítor é reformado dos aeroportos, “eu trabalhei na ANA, e sabe á quantos anos estou aqui? Desde que nasci. A minha mãe já fazia as feiras e eu faço também”, Vender tudo o que arranjava, sempre que podia, é o seu escape.


Entre estas duas pessoas, que por sinal são as mais velhas da ladra, estavam lá a Alexandra e o marido, duas personagens surreais. Quer dizer, não diria surreias, mas deveras interessantes. Olhando para este casal não se percebe muito bem o que fazem na ladra, têm uma barraca toda arranjada, com lençóis e panos no chão onde todas a peças (velharias) encontram-se alinhadas com perfeição de antiquário...

22.8.08

Tenho saudades de escrever, de tropeçar, de sacudir e soltar escupidelas de emoções...Atropelar-me nas palavras e de me surpreender.
Dizia agora mesmo que ainda não me levaram a ironia, mas tenho saudades do despreendimento!

Surpreendo-me por nao me surpreender...

24.12.07



"Nao te canses a inventar-me no desejo do teu corpo. Sebastiao, que o que em mim crês amar nao é mais do que a memória das lágrimas, das tuas lágrimas, feitas de uma luz distinta das minhas!"

7.11.07

Não cheguei a explicar porque é que batizei um dos meus animais de estimação de Jackie, Jacobina de seu nome completo. Quis torná la simbolo permanente e vivo do Jacobinismo depenado que se foi instalando no seio do meu lar. Ah,e já agora, o meu cão chama se Jonas, porque tem cara disso desde o dia em que lhe pus a vista em cima. E a gata chama-se Frida porque tem uns bigodes enormes desde pequenina, é enfezada,tem um andar felinico, lento e prespicaz, e tem noites que só falta pintar quadros esquisitos.

22.9.07

-Sua Alteza está confusa.
-Confusa Eu?!
-Sim, creio que Sua Alteza está confusa, não me leve a mal, e perdoe-me a franqueza.
-E o que leva o senhor a tirar essa conclusão com tal unanimidade para com os seus botões?
-Porque, Sua Alteza, e permita-me, revela sentir uma coisa, pensar várias outras, e dizer outras tantas sem no entanto revelar um critério e uma vontade coerente entre o que diz agora e o que demonstra no acto imediato.
-Confuso está o senhor com essa conversa. Não acha que é bem possível acontecer esse tipo de conflito, sem no entanto, existir qualquer tipo de confusão?
-Volto a crer que não Sua Alteza, não será possível, e sem referir mais, pela redundância da ideia. Conflito implica geralmente confusão.
-Ah sim! Então diga-me lá o senhor como poderemos desburocratizar esse que o senhor diz ser um beco da minha existência. Gostaria imenso da sua opinião, visto ser tão prenhe de abrangência, espero que dê á luz uma solução.
-Lisonjeia-me, Sua Alteza, com tal pretensão.
-Deixe-se de rodeios meu caro e diga-me lá, porque talvez uma boa abordagem para conflito ou confusão, como lhe chamará, deste tipo, só seja mesmo possível de uma mente pobre.
-Lamento, mas não tenho a solução, e por isso as minhas desculpas por ter alertado para um problema para o qual não tenho a solução, que procuro, mas como diz, pobremente.
Mas se me permite, uma dica importante.
É tudo uma questão de ponto de vista. Ou o senhor nunca sentiu várias vezes que até a tragédia é enternecedora. Que uma menina pobre, com os finos cabelos desgrenhados, ao colo de uma mãe desdentada, espreitando a janela de uma van verde garrafão riscada, é a criança mais elegante e bela, e cujo sorriso revela precisamente isso, pontos de vista vários e maravilhosos sobre seja o que for.
Nunca sentiu que o bêbedo, que está bêbedo desde que se conhece, que apalpa o rabo ao bêbedo do lado que está bêbado só de hoje, e olha para o outro que está bêbado de antes de ontem assobiando, incorre no gesto mais humoristicamente simples e genial que já se pode ter visto, Sua Alteza, segundo alguns pontos de vista. É tudo uma questão de ilusionismo, de magia, e a magia está na ilusão, na realidade observavelde um determinado ponto de vista, que se pretende esconder outros menos interessantes, ou digamos, mais desanimadores.
Sempre foi assim Sua Alteza.
Uma coisa lhe digo, é melhor que encontre o seu povo a observar a sua própria realidade sobre um ponto de vista mais agradável brevemente, pois senão Sua Alteza, haverá desgraça, e ninguém tem culpa, porque permita-me Sua Alteza, em terra de ninguém, ninguém tem culpa, e na verdade há muito que esta terra é de ninguém, muitos queriam, mas nenhum quis o suficiente. O país está deprimido, começa a ter fome, e está demasiado confuso para perceber, até ao dia em que vê uma fila a porta do banco alimentar, recentemente aberto na beira da estrada onde todos os dias passam os coches Sua Alteza. Uma espécie de sopa dos pobres a luz do dia, com um nome menos opressivo, porque ser pobre, só por si, já é opressivo, pelo menos segundo o ponto de vista do pobre, e Sua Alteza tem noção que o nome conta, portanto também deverá com certeza encontrar um bom ponto de vista, senão óptimo.

Contrate o Luís de Matos, Sua Alteza, é a minha solução...

20.9.07

Ao contrário de mim, o rio espelhava calma. Sem inquitações era um manto prateado baço, sem se fazer ouvir,nem mesmo no típico sussurro de margem. Eu não o ouvi!
As luzes da ponte brilhavam a jusante. Com a atmosfera saturada, assemelhavam-se a penduricos de lampadas de uma rua de entrada de festas tipicas, quase longínquas.

Lá dentro falou-se de quase muito. Com um tom de voz a variar entre a afonia e o de cama, falaste, falaste, falámos...eu tambem falei, quando, percebo agora, que deveria apenas ouvir. Esqueço-me frequentemente, mas devia exigir-me o silêncio. Quando estou cansado e o raciocinio da minha conversa começa a tornar todos os assuntos relativos, é o silêncio que não está a ocupar o devido espaço.
Elogiaste-me monstruosamente, enquanto eu relativizei olhando para a TV ao canto da sala, várias vezes, desculpando-me com uma ou outra imagem. A verdade é que em mim não têm cabido emoções relativas a enaltecimentos, definições agradáveis de mim, envaidecedoras... Comiserei me que assim fosse quando deitei a cabeça na almofada, horas depois.
Agradeço as comparações elogiosas com personalidades carismáticas, quando eu apenas tentava forma de me comparar com algo, o que quer que fosse. Em vão, tinha de desolhar, para não enlagrimecer.
O senhor de servir do restaurante curtou o bigode, ficou mais novo, no minimo, mais jovem...de aspecto.É razoavel pensar que sim, mas eu nunca o tinha visto, nem mais novo, nem mais velho, e talvez para mim, ele tenha a mesma idade, e nunca tenha ou tenha tido bigode...para sempre.

O muro interrompia-se por um instante, um metro ou dois, o suficiente para que sentados eu não te alcançasse. Não tanto quanto querias, seguramente menos.
Sentamo-nos os dois, frente a frente.
Eu olhava-te a ti, á ponte, ás festas longinquas, á lua que um palmo acima da tua cabeça, num dos seus quartos, mostrava a pele torrada, tons de fogo embaciada.
Quando a clássica estrela cadente atravessou o céu entre a tua cabeça e a lua, para ti só comentei.
Em mim...estarreci, confundi-me, baralhei-me, olhei para trás, para a frente, no tempo, para o lado, para o outro, no espaço, para ti, para o chão, novamente na tua direcção, mais para a profundidade do plano.
Lamento, podia ter-te desejado. Sorrias ali, á distância de um passo, sentada, e eu não tive coragem. Cheio de temor, dúvidas, remorsos, cansado, exausto, magoado, duro, frágil,rígido, cobarde, fraco, empertigado, não tive coragem.

Estupido...Desejei outra coisa qualquer...

18.9.07

Quero escrever mais do que nunca, mas hoje a minha imaginação não salta para alem daquilo que anseio,e sobre isso não me permito. Disse em conversa que não posso escrever sobre a realidade, corro o risco de se confundir com ficção. Hoje faço um esforço para distinguir a realidade na ficção do que imagino, ou a ficção na realidade do que escrevo.Escreverei...amanhã, talvez amanhã...quando recordar.
Sobre isto, escreveu Carlos Fuentes, abraçando Gabo numa cumplicidade tão simples quanto inatingível:
" A memória é o género que se atreve a dizer o seu próprio nome. A biografia diz-nos: «és o que foste».O romance diz-nos: " és o que imaginas". A confissão diz nos: "és o que fizeste". Mas biografia, confissão ou romance requerem memória, pois a memória, diz Shakespeare, é a guardiã da mente. Uma guardiã, diria eu, que se radica no presente para olhar com uma face o passado e com a outra o futuro. A busca do tempo perdido também é, fatalmente, a busca do tempo desejado. Hoje, no presente deste ano terceiro do segundo milénio depois de Jesus, Gabriel Garcia Marquez rememora. Aos que um dia lhe diram: «foste isto»,«fizeste isto» ou «imaginaste isto», Gabo adianta-se e diz simplesmente: Sou, serei, imaginei. Recordo isto.@ Carlos Fuentes - Gabo, memórias da memória."
Digo eu que não haverá quem diga melhor sobre coisas algumas nem quem tenha atentado tão claramente sobre todas as restantes.

Em tempos disse que o que escrevo é uma coisa o que vivo é outra, pois hoje não estou tão certo, logo, deixo aqui,

Os meus Parabens,
porque recordo
numa memória guardiã,
que lamento apenas por ti,
mas não tens

17.9.07

E o senhor da barba grisalha que descia a escada da cerca pensou "hum, cheira-me a tragédia...já arde o esplendor". E a conversa continua...

-Será que vai chover?
-Não, isto vai dar merda.
-E se perderes tudo?
-Começo do nada.
-É duro esse risco.
-Duro é passar ao lado dele.
-É fácil.
-É pouco.
-E o lábio?
-Que tem o lábio?!
-Dá me ânsia.
-Ansiedade não, isso mata.
-Não é ansiedade, é ânsia.
-Será diferente?
-É, ansiedade prende, ânsia solta...
-Não percebo!!!
-Tás a ver a maçã?
-Sim.
-Achas que ela não sabia que não podia mordê-la?
-Dizem que sabia.
-Então era ânsia ou ansiedade?
-Não sei.
-Era ânsia.
-Porquê?
-Porque mordeu.
-Isso é um paradoxo, deixa de embrulhar...
-É, é mesmo, e sabes o que faz a diferença? É a coragem.
-Coragem de quê?
-De mudar de pele.
-Sendo assim, consideras mais dificil a ansiedade?
-Sim, para mim, tambem mais confortável.
-Então, mais dificil ou mais confortável?
-As duas coisas.
-Lá estas tu a descontruir...para com isso.
-Estarei?! Outra vez...porque mordeu Eva a maçã, se estava no paraíso?
-Pois, para sair do conforto. Se calhar era conforto e não paraíso!
-Exacto. Para abrir a caixa.
-Qual caixa.
-A da Pandora.
-Como?
-A razão já existia, a maçã foi o acto, e o que saiu da caixa a consequência.
-Arrependeu-se?
-Talvez, mas isso é uma história antiga. Teve coragem.
- Tava com ânsias, soltou-se.(risos)
-Esquece isso...que conversa sem sentido!Quero morder-te o lábio.
-Não podes.
-Então! Voltamos á conversa?
-Não. Quero que me mordas.
-Então, ficamos onde?
-Tens coragem?
-Tenho...tou com ânsias...

...espreitou e soube "eu disse que já ardia", " espero que os ventos amanhã desfaçam o cheiro da tragédia!"...
Desfarão?!
É paixão?!

7.9.07

Esta tarde ao comer uma bolacha de agua e sal com doce de tomate senti o teu cheiro, a tua presença. A última vez que comi uma bolacha de agua e sal com doce do tomate estavas a olhar-me com os olhos a brilhar, com o teu encolher de ombros fizeste aquele sorriso que forçava inocência, que recusavas a permitir-te perde-lo, e consequentemente perde-la.
Imperaste-me um abraço e levei o último pedaço á boca, que tive dificuldade em que lá coubesse, porque o meu queixo estava encaixado no teu ombro esquerdo e a minha orelha esquerda ao teu pescoço esguio. Mastiguei e engoli em esforço, porque continuavas a apertar me.
E teimavas em não largar, pela sede insaciável de um abraço e para me dificultares a deglutição, acto de pequena travessura.
A inocência do teu sorriso contrastava com a pele de galinha das tuas pálpebras. Forçada? Talvez. A inocência ou a pele engelhada? talvez ambas.
Desta vez a bolacha estava mole, como se fosse a primeira do pacote aberto á três dias, o doce sabia a corantes e conservantes e o teu pescoço cheira-me a azedo, leite azedo.

9.8.07

Numa malha de trilhos infinita,
numa montanha maior que tudo,
um vento soprava frio,
tão raro
e tanto ou mais duro

Descia alguém em sossego
esgotado de morte
caminhava o seu regresso
de um lugar, até onde
lhe tinha levado a sorte

Almas que atravessou
corpos cruzados
uns em busca de um arrepio
outros talvez
de serem amortalhados

Em todos se viu
em parte quis parar
nunca aconteceu porque
parte do que era
continuou a andar

Vinha triste calado
falava nada, dizia tudo
foi esse lugar
e aquele vento
que o fez mudo

Levantou os olhos
mostrou os seus animais
tocado pela inocência
lucescente
de quem lhe disse...esses sinais

Falou trémulo
vim de ali, para onde vais
não parece mas estou lucido
e por ti...não vás
não vais encontrar mais

Ouviu de volta
num tímido sorriso
não te vou abandonar
porque te amo
não preciso

de olhos fechados
num medo obtuso
serás minha amiga?
...é que o resto
eu só uso

num abraço ouviu
com o olhar molhado
prometo que sim
e tambem... que adoro lamber
o teu corpo suado

1.8.07

chamo-te sem que notes
grito por ti assim
um vacuo enorme de tempo
separa te de nós
abandona-te de mim

num rasgo ouvi silêncio
noites frias
vi-te de costas
a sorrir,
ias

um lugar escuro e vazio
os olhos abertos, a coragem
um pesadelo trocado
por um sonho de ti, e de mim
à margem

acordar de pânico
agudo corte sem fundo
uma espera pelo carinho
uma loucura que tremeu
o mundo

compreende bem
esta noite que passa
pois vais comer o pão
esse
que o diabo amassa

30.7.07

Uma lua tão cheia que parece não existir céu.
Agora imagine se tão clara que em volta dela saltam infinitos aneis de claridade concêntricos, cada vez menos densos, que tocam o horizonte como o dedo do E.T..
Imagine se agora tudo isto comprimido, densificado até caber no peito de um homem, até caber em meia duzia de centimetros cúbicos que carrega com ele todos os dias e noites. Não pensa nem realiza uma única acção em que não olhe para dentro desta "caixa" que contem a claridade suficiente para ofuscar um mundo, o nosso mundo. Cada vez que a olha, há um medo que o aterroriza "é hoje que vou cegar","é hoje que os meus olhos quebram". Não chega esse dia, mas chega a cada segundo a ofuscação cuja dor faz rebentar as tempuras, em que quando pretende ver algo os seus olhos estão feridos pela claridade que olha sem parar.
Esta luz é a solidão que esse homem traz consigo desde que se lembra de si...

29.7.07

O Tempo aqui descaracterizou-se á muito tempo atrás.
Os meus dias passar sem correr, bem diferente do meu Tempo em Lisboa.
Lá sentia que me restava pouco, o Tempo, e precisava fazer alguma coisa que realmente fosse importante com ele, por alguém.
O Tempo, esse, escorria-me pelo corpo, abandonando-me a cada gota. Distanciava-me cada vez mais do Tempo em que fui feliz. Sim, acho que houve um Tempo em q fui feliz...mas nao tenho a certeza. Nao importa.
O Tempo aqui encarrega-se de me fazer pesar o passado e de me fazer esquecer um futuro que nao vou ter.
Pesam-me as gargalhadas sinceras das minhas amigas. Fazem-me falta, já la vai tanto Tempo...
Esqueço-me dos beijos que daria no filho que nao cheguei a ter.
Dizem que o Tempo se encarrega de tudo.
Hoje meu amor aqui chove...
Muito

Martim

Um dia igual/Num país distante/Num Tempo diferente

23.7.07

Numa noite no meco, quatro mãos á mesa:

Tenho um telefone que nao toca
Uma mão que nao sinto
Um copo cheio
De vinho tinto

Chorei a minha miséria e separei-me de mim
Vi tudo como se fosse nada
Sou metades sem sentido
Neste meu existir sem fim

Despi-me de tudo para ti
Contigo fui para o jardim
Sem medoi, fui para ficar
Nua sem pudor de mim

No inóspito monte da lágrima
Vejo o meu futuro mudar
Um extremo corte na cara
O sabor do sangue que ainda me faz chorar

Comi a sopa azeda
Fiquei com o gosto de morte
Sorri para que ninguem chorasse
A minha estupida sorte

Vim chamar-te para morrer o que dizes?
Digo que ainda me falta um bocadinho assim...eheh

Apeteceste-me pouco, hoje
FUI FELIZ!

(Sangria Branca cheia de gin e açúcar / Feijoada de marisco )

16.7.07

Minto porque sou honesto
sufoco porque sinto demais
choro porque amo tanto
perco-me para não perder

quando me vires procura-me a alma,

has-de encontrar num dia de vento
embrolhado num papel de jornal
crivado de lhe trespassar a dor
este meu coração atento,
ansioso por um amor normal

12.6.07

"-De que anda a senhora á procura?-perguntou o jovem á mulher que investigava na varanda.-Procuro uma agulha que me caiu na cozinha.-Porque a procura então na varanda?-Porque na cozinha está muito escuro-respondeu a mulher."

Herberto Helder,em photomaton e vox
" Naquela sociedade canibal os que não estavam a deixar-se devorar contavam-se por não muitas caras.Que caras! Começou-se a ver. Houve incursões psiquiátricas,suicidios,prisões.Alguns destinaram se a si proprios ao estrangeiro.Quando subiu a temperatura, os que se aproximaram com os seus engraçados aparelhos de curiosidade afastaram-se depressa.Dispensámos, ficámos para aí uma dúzia.CAda um mergulhou a sua maneira nas confusões.Se passava alguém, via cadáveres. Não sei qual de nós, de um modo ou de outro se não transformou em cadáver.Estranhos cadáveres esses. Talvez pretendessem aterrorizar,mas ninguem olhava muito, e o terror era então um jogo restrito, um lume pessoal de queimar os dedos.
A nossa alegria do tempo e do sitio era uma coisa truculenta,desesperada, um tanto sinistramente indesculpavél.Gostávamos uns dos outros não tanto por amor,mas por inquieta cumplicidade.Praticávamos junto tanta ironia feroz, tanta decifração incómoda e pormenorizada malevolência, que já não era possivel pensarmos em ser de outra raça.Cada qual foi sendo da mesma raça por caminhos desiguais.
O estilo de tratamento bebia numa espécie de desenvoltura maligna.Não era de mansidão o que havia por dizer e fazer.Mas ligava-nos a comução, sabiamo nos mutuamente,e por isso praticávamos a honestidade de não facilitar a nossa própria dificuldade.
Tinhamos uma lucidez espertamente lúciferina, crueldades para uso centrifugo e centripeto.Carnívoros, sim, mas tocados tambem pela secreta fragilidade de quem anda perdido no escuro.As palavras mostrariam, a quem não fosse analfabeto nas coisas implicitas, toda essa movimentação de dentro para fora.
Não havia perdão entre nós, nem entre nós e o mundo.Tudo o que foi dito e feito possuia uma doçura ocultamente envenenada pela raiva e o medo..A paz que se procura durante a biografia que em grande ou pequena escala se tornou faústica por qualquer, mesmo precipitado, pacto,não se encontra nunca mais, sem simples nem complicadamente.Havia momentos para nos divertirmos com a pequena demência de mordermos as proprias mãos.O teatro disto poderia ser por indentificação com o mito de nós mesmos em que,não apenas literariamente nos empenháramos.
Existe quem não entenda destes divertimentos.Entendíamos nós.Entender unia-nos.
Uma das expressões asperamente cultivadas era:"Está podre!"Entendíamos.
E estava, estava podre, o mundo com os seus anjos cibernéticos,, as devastações no interior dos mitos,a ardente melancolia dessa prespectiva onde fora posto,como numa cerimonial pintura das epocas do ouro,essa estrela imóvel de um destino longamente amado e que afinal acabou por nos queimar a todos,de alto a baixo como um fogo eléctrico.
E agora amávamos essa queimadura que, com dedos absurdamente inocentes, tocávamos uns nos outros.Fábula da solicitude trocada, uma ilustração do amor sem qualquer amanhã.Porque era já uma despedida de entre nós, uma despedida de nós mesmos.Entretanto, devoravamos a terra inteira: e sabia a sangue.O triunfo confuso das nossas vidas estava em que o sinistro retrato das coisas se exaltava de repente com uma luz saltando do fundo.Aqueles que então morreram,decerto morreram com a única glória possivel.Todos os outros ficaram como mito de si próprios, acompanhados pela interminavel doença do tempo.E mantenham um regulamento: a proximidade sempre e sempre readquirida da morte.Tudo o que disso se recolher servirá de alimentação.Quer dizer: podemos devorar a nossa biografia,podemos ser antropófagos,canibais do coração pessoal.E o escrito conservará cegamente um tremor central,esse calafrio de ter olhado alguma vez o nosso rosto filmado no abismo do mundo.
Mas tal sobrevivência, e o olhar a ela deitado,mexidos sempre por esse culto de ironia que sabe menorizar tudo, mesmo os nossos extremos.Pois nunca serão bastante extremos em referência a totalidade apostada.A ironia não salva, mas rassalva."

Herberto Helder, em photomaton & vox

8.6.07

P: Apetecia-me ir ao cine ou jantar fora tranquilo e depois vir pa casa e dormir abraçado ao meu amor...q não tenho...Mas era o que me apetecia!
C: Nem me digas nada q penso nisso so me apetece é GRITAR! Matar 1000 pessoas numa só!
P: LOL
C: Fui envenenada sem me aperceber disso!E gostei tanto que agora me enveneno tds os dias!...Sozinha!
A minha paixão por ti liquidificou-se.
Liquida,
Quase liquida.
E assim me vou afogando,
Quase...
Todos os dias!

Bj demorado!

28.5.07

Sei que vives hoje onde eu não existo. Mas tambem sei que existo seja onde for que vivas. Não fujas disso e ver me ás um dia numa esquina onde sempre estive e nunca apareci.

15.5.07

14 de Maio

Depois de ter regurgitado o almoço, adormeci…

Estava sentado numa esplanada de uma rua qualquer, olhava a rua irregular em cuja superfície o vento indirecional fazia girar algumas folhas soltas. Folhas brancas, folhas riscadas, folhas escritas, folhas soltas, folhas verdes, folhas castanhas, de arvores carecas.

Conduzia um carro mais lento do que os meus olhos numa auto-estrada mais comprida do que a minha imaginação. Ao fundo na fuga do plano cinzento basalto, uma bruma espelhada precedia me como se de agua fugidia se tratasse, uma agua que escoava a rapidez do meu carro, e que escoava na medida do que os olhos alcançavam. No céu passeavam nuvens perdidas a norte, ou perdidas do norte.

Voltei a esplanada de onde nunca saí, uma senhora nova com carcaça de velha e olhos baços, diz me:

-De que sofres tu meu querido?

-Sofro de amor. – respondi seco e sem mexer os labios.

-Sabes, não tens porque temer o que te vou dizer, mas tenho de te o dizer. Um homem com os olhos como os teus sofrerá para sempre de amor, é bom que te vás habituando.

-Que tem os meus olhos?

-Podia dizer te que são descaídos, grandes e fundos, abandonados portanto. Mas não se trata daquilo que são, trata se daquilo que vêem.

-Por acaso até vejo mal ao longe.

-Não sejas difícil. Vejo que pedem sempre mais, vêem para além do que se deve ver.

-Nunca pensei que os meus olhos merecessem tanta caracterização!

-Para alem de que, quando te olhas no espelho vês uns olhos de alguém triste.

-Vejo!? Nunca pensei nisso! Mas sim, sinto me triste vezes demais.

Depois de um momento em que olhava o vazio, ouço a voz de quem o viu melhor que eu.

-Não vais morrer de amor, estou a ver, vais sofrer mas não vais morrer.

-Não. Vou morrendo com ele!

-Difícil novamente!? Nada disso vai acontecer. Vais sofrer, para sempre, mas não tens que temer.

-Talvez, mas eu tinha segredos para não deixar.

-Ah sim!?

-Tinha.

-Ora então conta me lá, se não for pedir muito!

-Estavam dentro de uma caixa! Que dei…

-Deste?! Deste os teus segredos do amor?!Dentro de uma caixa?!

-Dei, dei por ele e hoje derivam com ele, e os meus olhos não vêem, logo não vislumbram assim tanto.

-Ou será que sim?! Mas em todo o caso fico mais tranquila.

-Tranquila!?

-Sim, porque quem dá isso que tu deste dá tudo o que tem.

-E fica sem nada portanto!!!

-Aí é que te enganas redondamente. Fica com tudo. E vou me embora que não quero animosidades aqui com a malta… - Conclui como se obvio fosse, saltou da cadeira onde estava sentada a meio rabo, e zarpou sem me dar tempo para largar o vazio.

Despertei, voltei a sentir o braço dormente. E pensei…

“Farei uma plástica aos olhos, senão ainda morro”

Acordei , e os raios de sol da tarde ainda atravessavam a janela de cortinados vermelhos. O braço, esse continua dormente.

Se o amor é uma agulha num palheiro entao vou-me a ele!!
Uma hipotese, uma volta uma viagem!
Entrei no palheiro, maos em riste, confiante que ia conseguir achar a agulha...e achei!
Saí de lá radiante!

Camandro...o que é Arquitectura em Portugal senao tb ela uma agulha num palheiro?
Sinto uma nausea no estomago,
Sou ruínas de edificios,
Achei a agulha errada!

30.1.07

Por vezes o destino é como uma pequena tempestade de areia que não pára de mudar de direcção. Tu mudas de rumo, mas a tempestade de areia vai atrás de ti. Voltas a mudar de direcção, mas a tempestade persegue-te, seguindo no teu encalço. Isto acontece uma vez e outra e outra, como uma espécie de dança maldita com a morte ao amanhecer. Porquê? Porque esta tempestade não é uma coisa que tenha surgido do nada, sem nada que ver contigo. Esta tempestade és tu. Algo que está dentro de ti. Por isso, só te resta deixares-te levar, mergulhar na tempestade, fechando os olhos e tapando os ouvidos para não deixar entrar a areia e, passo a passo, atravessá-la de uma ponta a outra. Aqui não há lugar para o sol nem para a lua; a orientação e a noção de tempo são coisas que não fazem sentido. Existe apenas areia branca e fina, como ossos pulverizados, a rodopiar em direcção ao céu. É uma tempestade de areia assim que deves imaginar.

(...) E não há maneira de escapar à violência da tempestade, a essa tempestade metafísica, simbólica. Não te iludas: por mais metafísica e simbólica que seja, rasgar-te-á a carne como mil navalhas de barba. O sangue de muita gente correrá, e o teu juntamente com ele. Um sangue vermelho, quente. Ficarás com as mãos cheias de sangue, do teu sangue e do sangue dos outros.
E quando a tempestade tiver passado, mal te lembrarás de ter conseguido atravessá-la, de ter conseguido sobreviver. Nem sequer terás a certeza de a tormenta ter realmente chegado ao fim. Mas uma coisa é certa. Quando saíres da tempestade já não serás a mesma pessoa. Só assim as tempestades fazem sentido

Haruki Murakami

21.11.06

Tomei coragem e disse-lhe finalmente,
Sinto a tua falta e quero muito te ver.
Foi assim que combinámos o encontro, dps de tanto tempo, tanto medo.
E lá fui eu a casa dela a sorrir feito estupido.Estacionei o carro e dei o clássico toque.Nao espero muito.
Foda-se,linda,linda de morrer.E eu pequeno, anão!
Ela sorri e eu caio p o lado, desmaiei, parti-me todo, voltei a acordar e disfarço, continuo em pé retribuindo-lhe o sorriso.
"Oiiii!!homem...nao olhes assim p mim q tou gorda!"
Assim, meio sem graça,disse-lhe baixinho,em pensamento o q ela nunca ouviu
Ana,fazes-me humano.
Caminhamos, falamos, rimos e perdoamos-nos mas na verdade nem estamos ali,estamos no silêncio, eu pelo menos estou, parvo ,rendido outra vez.
Digo-lhe em silêncio tanta coisa enquanto me conta as suas historias.
Ana,Digo q te amo, q te amei qd te dizia q nao, amo-te ontem e agora...e nao digo nada.
Calado,
Tenho o coraçao na boca e nao sei o q fazer c ele.
Nao lhe entreguei pq nao consigo, é mais forte do q eu!
É fodido quando o carinho dela me sabe a nostalgia.
Dps daquele encontro estive uma semana contagiado pela excitaçao.
E agora sorrio para o passado,
Tao longe, tao longe.

20.11.06

Agora que voltei,
Perguntas-me "n" vezes porque continuo a fugir e respondo-te sempre q tenho medo de ficar aqui parada e ser atropelada pela estupidez de ter ficado no esquecimento.
Vais por vicio ou por vingança?
Nao sei. Nunca soube.
E digo-te com verdade, digo-te com palavras, gestos , corpo e alma.
Voltei mais uma vez, para cá, para ti e sim, voltei para ele.
Voltei a escrever!Pois, disseste-me.Pois!
É assim amigo, como disse aristoteles, É provavel que as coisas improvaveis aconteçam, e cá estou eu , voltei.
Senti-me forte com a minha decisao quando parti, até me aperceber q nao sabia exactamente qual era.
Voltei, de espirito cheio e pesado de memórias.
Ata-me aqui e nao deixes que nada desate o nó.
Por exemplo...e isto para um primeiro exemplo, não há que levar muito a sério...
O amigo que gosta de beber uns copos e dar uma real tareia na namorada, nunca deve escolher uma hora qualquer...escolha pura e simplesmente a hora que se está a repetir, pois pode sempre alegar, e nisto para o caso de haver mazelas, que passou essa hora a fazer amor com ela bem regados a champagne. Mesmo que ela dê entrada no hospital durante essa hora com o nariz ao lado, o amigo vai negar, sem incorrer na classica mentira, afirmando e com toda a verdade, que passou a hora a fazer amor com ela...e melhor ainda, sem que ela possa negar...

Mesmo que a espancada namorada tenha a esperteza de afirmar que não foi nessa hora mas na mesma hora a seguir, podemos sempre alegar que está louca, porque desde quando é que a mesma hora acontece no mesmo dia, e logo de seguida?!...

Uma loucura...e uma tareia sem precedentes...portanto
Um assunto maléfico que me atormenta há algumas semanas.
Nas mudanças de horário definidas neste país existe uma hora por ano em que simplesmente passa e volta a passar, e outra que muito fogazmente salta para a próxima sem se passar por ela.
A partir de hoje vou desencadear um ensaio sobre este assunto, mais uma vez as questões do tempo, que neste caso será um ensaio alargado no mesmo..................................tempo.

Acontece que desde que me perguntas te la de terras de Vera Cruz se já tinha mudado o horario, o clássico "já mudou a hora?", que perco algum tempo a tentar perceber, o que acontece na vida que devia ter acontecido nessa hora que ninguem sabe porque se repete, essa que passa e de repente volta ao inicio, se bem que me persistem algumas duvidas sobre como considerar esse baralho da hora.

Considerarei que essa hora foi um bonus, e que temos a repetição a seguir, mas dessa vez de verdade?! Ou será que considero que a primeira é que foi de verdade e a seguinte é que é bonus. De qualquer das maneiras, nessa hora, que passa duas vezes, tenho motivos para acreditar que é nela que se devem fazer coisas que não se quereriam fazer numa hora comum. Ou melhor, coisas que, se por ventura forem ridiculas, ou indesejadas...ou mesmo indecentes...podem muito bem ficar na hora de bonus.

Por outro lado, temos a hora que passa completamente em branco, essa que desaparece e nunca volta a aparecer, essa que ninguem sabe o que poderia ter acontecido nela.
Por exemplo, será que se o furacão Katrina, estivesse para fustigar este pequeno país, e escolhesse precisamente a hora que em meados de Outubro desaparece na nossa contagem do tempo...será que ele provocava os estragos previstos e apenas nós escolhiamos não ver, porque escolhemos fazer desaparecer a hora nesse dia?! ...ou será que desaparecia como que se se esfumasse na hora que nós proprios definimos um dia que desaparecia?!

Há quem possa dizer por aí, que estas duas horas vadias se compensão...eu não acredito, pois o tempo, o tempo nunca compensa nada.

Nas proximas entradas que farei neste nosso querido spah vou dedicar me a dissertar sobre esta questão muito complexa...e que muito resumidamente se prende apenas com isto...o que seria de fazer com a réplica da hora que se repete?!...e o que poderia ter acontecido na hora que passou,literalmente, num instante?

Advertência: - O explorar desta questão, pode levar a loucura, no verdadeiro sentido da palavra, ou no falso, no entanto, é de notar que só nela deve divagar se não tiver nada a perder.

18.8.06

Certo dia uma tartaruga mostrou-me esta carta...
Hoje acho q faz todo o sentido publica-la aqui...
Goodbye Maria Ivone!


Se por um instante Deus se esquecesse de que sou uma marioneta de trapo e me oferecesse mais um pouco de vida, não diria tudo o que penso, mas pensaria tudo o que digo. Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam. Dormiria pouco, sonharia mais, entendo que por cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz. Andaria quando os outros param, acordaria quando os outros dormem. Ouviria quando os outros falam, e como desfrutaria de um bom gelado de chocolate! Se Deus me oferecesse um pouco de vida, vestir-me-ia de forma simples, deixando a descoberto, não apenas o meu corpo, mas também a minha alma. Meu Deus, se eu tivesse um coração, escreveria o meu ódio sobre o gelo e esperava que nascesse o sol. Pintaria com um sonho de Van Gogh sobre as estrelas de um poema de Benedetti, e uma canção de Serrat seria a serenata que ofereceria à lua. Regaria as rosas com as minhas lágrimas para sentir a dor dos seus espinhos e o beijo encarnado das suas pétalas... Meu Deus, se eu tivesse um pouco de vida... Não deixaria passar um só dia sem dizer às pessoas de quem gosto que gosto delas. Convenceria cada mulher ou homem que é o meu favorito e viveria apaixonado pelo amor. Aos homens provar-lhes-ia como estão equivocados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saberem que envelhecem quando deixam de se apaixonar! A uma criança, dar-lhe-ia asas, mas teria que aprender a voar sozinha. Aos velhos, ensinar-lhes-ia que a morte não chega com a velhice, mas sim com o esquecimento. Tantas coisas aprendi com vocês, os homens... Aprendi que todo o mundo quer viver em cima da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a encosta. Aprendi que quando um recém-nascido aperta com a sua pequena mão, pela primeira vez, o dedo do seu pai, o tem agarrado para sempre. Aprendi que um homem só tem direito a olhar outro de cima para baixo quando vai ajudá-lo a levantar-se. São tantas as coisas que pude aprender com vocês, mas não me hão-de servir realmente de muito, porque quando me guardarem dentro dessa maleta, infelizmente estarei a morrer...
GABRIEL GARCIA MARQUEZ

8.8.06

Viras as costas ao tempo
Fechas todas as portas e janelas
Encerras-me num quarto escuro
Nesta tua casa de espelhos, falseias a simplicidade
Distorces-me na tua realidade

E tu onde dormes nesta casa?

Bj demorado...

30.6.06

Movo-me em camera lenta.

Caminho em silêncio neste cenário que me absorve e nao olho para trás.
Caminhamos em bando, agarrando cada gesto, cada suspiro, cheiro e beijo dos que por nós passam a alta velocidade.
Sou um ladrão de almas.
Somos coleccionadores de emoçoes alheias.
Vulto numa noite sem relógio.
Vadios num mundo que ja nao nos acolhe.

Fantasmas da minha vida o quanto vos quero!

13.6.06

Gostaria de um dia te desertar...
Carcaça de paixão que nem os abutres ousam tocar!

30.5.06

Continuo aqui sentada com esta lágrima permanente que insiste em nao escorregar!

17.5.06

Ouvi alguem dizer por estes dias que Deus está obsoleto.
Fiquei presa a esta frase...Rouba-me todas a noites um pedaço de sonho.
Será que seria mesmo tudo diferente se Ele tirasse um master?

13.5.06

Procura-me no regresso
Nao no meu mas no teu
Quando decidires ser tempo de voltar
Porque eu sei porque vim
Aqui sou só mais um eu numa multidão de outros
Escrevo-me sem sentido
E de longe olho no ceu a nossa historia
Nas estrelas que ja morreram ha milhares de anos
E continuas aqui...
Meu naufrago

Beijo demorado

7.5.06

Quando a madrugada entrou eu estendi o meu peito nu sobre o teu peito
Estavas trêmula e teu rosto pálido e tuas mãos frias
E a angústia do regresso morava já nos teus olhos.
Tive piedade do teu destino que era morrer no meu destino
Quis afastar por um segundo de ti o fardo da carne
Quis beijar-te num vago carinho agradecido.
Mas quando meus lábios tocaram teus lábios
Eu compreendi que a morte já estava no teu corpo
E que era preciso fugir para não perder o único instante
Em que foste realmente a ausência de sofrimento
Em que realmente foste a serenidade.

Vinicius de Moraes

Consegues tocar-me agora?

4.5.06

Cidade Perigosa
Entranha-se na pele.E fica andando por aqui
De vez em quando sinto-a estremecer dentro de mim
É o canto da sereia
Cidade Vale Tudo
Pele Odores Samba e Suor
Vida e Morte
Cidade maravilhosa

Só me resta deixar cair a beleza...
E render-me a ti!

24.4.06

As historias de amor sao as unicas q valem a pena
As minhas noites são assim
Barulho do mar
E uma inamovivel tristeza
O presente espalha-se nestas ondas e encontra-se com o passado
Silencio destas estrelas
E pq continuo sem as conseguir escutar?
Talvez sejas tu a tentar chegar até mim
Nao me entregues ao abandono
Encontra-me outra vez...

E eu faço de conta que nao sei

16.4.06

Sozinho corpo encurvado no escuro mente sagaz que corre parada a velocidade da luz...
Coração denso pesado apertado será que te voltaste a jorrar ou a estancar para sempre?
Sexo odor intenso da tua pele que te torna presa...a mim...de mim...
Suave fina branca meio translucida que revela carne sã tenra apetecivel instinto violento...racionalidade implacável...movimento mental fácil e previsivel num acto despojado de pouco exigir...apenas saciar.
Ciume esse que ataca tanto quanto mais turvo é o sentimento...quanto mais perto estás de querer...que ainda não sabes se queres...quererás?Baloiço este que nem se equilibra nem causa vertigem...movimento insatisfatório.
Haverá alguem que sinta mais que tu?..Alguem que claramente confie no seu instinto...quem será esse de inabalável confiança ou de história pouco marcante...puro???Pouco!!! ou puro e profundo, tão profundo que só se lhe vê o véu?!
Sinceridade pregada não é verdadeira, será que não sabes?..tb não tem de ser perigosa, apenas cheira...mal. Se calado ficasses sincero serias, explosiva seria essa mente que ainda não se definiu...energia?matéria?...simples confusão ou ilusão? duvidas contraditórias de pensamentos sem prática...serás consciente ao ponto de duvidares da tua própria honestidade...ou será que amas apenas a mentira e queres que tudo seja ela.. "Isto não é um filme..." defendes obstinado até ao ponto de te julgares utópico...queres assim tanto que não seja? ou sabes no fundo que não é um...são tantos que se tornam nenhum... Tendência cruel de amar a máscara, embeber, fazer dela pele que sente calor frio arrepio...pele que sabes ter de arrancar...escalpar...caso ela não se disfaça desmascarada e envergonhada por intuiçoes que não julgavas possivel haverem maiores que a tua...talvez tenhas de calibrar a tua...máquina essa que de tanto usada se tornou disconexa e (in)crivel...talvez até racional..."intuição racional"!
Queres mesmo que aconteça? Acontecerá. Sob custos sempre insuportaveis e que pagarias para nunca quereres nada.
Pregas agora o despojamento de apenas existir....existir sem desejar...prazer sem querer. E desejas...voltas a imaginar o cheiro virgem da protecção fina daquela carne tenra e insipida... que revela a insipiência de pouco ter desejado, o medo que ainda não perdeu da perda, o apêgo que ainda confunde ao amor e o bem estar da entrega que confunde com satisfação e desejo irrefletido e devorador...Ausência de egoismo que comove e não apaixona, amor que nasce por admiração da simplicidade... que deve fortunas ao desejo. Comoção trágica que te atraí ao inocente, carinho irresistivel que quebras com esporádicos actos de desejo racional.Paz confortável que sentes na protecção de quem te suga...enquanto pouco imaginas de que deleite se trata ...apenas pós-sentes desconforto incómodo de quem não vê através do turvo. A culpa não é tua...tu não sujaste aquilo que antes era translucido e confiável...nunca foi. Ajuda me a limpar e torna te voraz.
Ensinar te ei a ser egoísta em troca do abrigo da tua sanidade inocente.
Querer tal que nunca é grátis, mas delego em ti a responsabilidade consciente de decidires sobre o que desejas, não vás desejar algo que não possas pagar.Mais claro ainda, roubo te a alma sob o teu observar atento de um prazer quase irresistivel e quanto mais te peço para não deixares mais mordes o lábio, reviras os olhos e inclinas a face ao céu...Pendurados ficam os teus finos cabelos que acariciam o sexo e estimulam o prazer do santo acto...prazer que identificas como amor, e que eu juro tentar bebê lo em ti até que nada mais reste entre nós...E juro que é nesse instante que te devolvo a alma desnorteada e te olho com a ternura de posse adivinhada e te deixo partir até encontrares o teu norte.
E surpreender me ás se conseguires repetir o assalto numa inversão inesperada da osmótica difusão...de tudo o que viste acontecer...Seria esse o sublime momento da minha desconstrução e entregar me ia como sempre sonhei entregar me a uma mulher...com a vulnerabilidade de quem mais coisa alguma deseja que não seja o conforto do teu regaço e por vezes a doce virtude do teu sexo...
E viverei feliz para sempre...Parvo...

15.4.06

Peter pan qd vais voltar a escrever p mim?
Fui eu q parti p a ilha encantada ou foste tu?
Isto nao é um spah....

14.4.06

Hoje a Lua chegou mais cedo e saudou o Sol
E enquanto eu via esse namoro,
lembrei.me de ti
E como essa decisao foi boa p mim!
Antes sozinha aqui
Do q ver.te acompanhado por aí...
Uau...adorei essa montanha russa!

3.4.06

Amei o dia de hoje!
Foi só mais um dia perfeito.
Mas amei-o c a certeza q vai sempre ser assim.
Amei o dia de hoje!
O mar vai continuar sempre dourado para nós!
Amiga do coração,

Vemos-nos em breve...

27.3.06

Parto para uma cidade que não conheces
E vivo a cidade que nunca te viu
Durmo onde nunca te deitaste
Converso c o porteiro q nunca te ouviu
E piso o calçadão onde nunca andaste
Não existes aqui
Compro o jornal a um olhar q nunca te olhou
Toco a areia que nunca sentiste
E Penso em ti
Saio p uma noite onde sei q n te encontro
Regresso a uma casa q n sabes onde fica
Sento-me junto á janela e observo o mar
E medito
Vivo numa cidade onde não existes
Onde me encontro agora, não há vestigios de ti
E enquanto observo o esvaziar do copo penso q assim será c a memória de ti
Esqueço-te em tds q nunca serão teus amigos
E qd soltar a areia q me escorre das mãos, a cada grão liberto-me de ti
De resto, os dias acumulam-se nesta cidade
E não sei se gosto mais de viver assim
Mas uma coisa tenho a certeza
Parto para uma vida que não conheço,
Longe de ti!

23.3.06

Se um dia acordares e nao me sentires mais ao teu lado...
É pq não volto mais!
Nunca mais!
Adeus, adeus...
Vemos-nos numa próxima vida, qd formos os dois gatos!
Até á proxima!
Beijo...te sempre , sempre demorado!

15.3.06

Pq este espaço não é só nosso...


"...Da próxima peço que toques, que batas freneticamente à porta e, que no hiato de eu chegar, pé ante pé à porta, não desistas...que me oiças perguntar do outro lado – quem é... ouvir-te responder e, sussurrar-te em seguida enquanto olho ao relógio...demoraste tempo demais na tua não linearidade! Perdeste-te no tempo. No teu. E desencontraste-te do meu.Neste hiato, entre quartos e pátios da minha casa, tocaste-me e eu perdi-te o toque, o teu cheiro, desencontrei-me do teu olhar, de ti, entre corredores labirínticos. Perdi-me de mim e encontrei-me no vazio da sala sob o horizonte.Encontro-me agora de pé, não à tua espera mas à minha. À espera do retorno a mim mesma enquanto a luz teima em fugir para dar lugar à escuridão.Amanheceu e eu não dei conta. Dou por mim em pé, ainda na sala a olhar o horizonte e, pergunto-me...estás aí?"

By Nina
Enterrei as maos no peito e arranquei-te para fora de mim,
Tenho-te nas mãos e beijo-te suavemente,
Desfazes-te lentamente em lembranças e fragmentos de nós,
Sopro-te ao vento e despeço-me de ti!

9.3.06

Pq hoje a inspiração nos falta,
E pq hoje a inspiração nos foge.


"A vida foge-te, foge-nos, já não se agarra ao inesperado brilho do corpo, nem ao sofrimento da alma. Aqui, onde o olhar de um cego se perdeu na imobilidade aparente da vida, me recolho. Recolho-me no interior da pele e peço q se ilumine em mim o estremecer terno de teu coração.
E qd a noite te cobrir os ombros, silente peregrino da loucura e da desolação, ninguem te encontrará perto da janela onde me debruço, para dessentar o corpo em teu povoado firmamento.(...)
Mas hoje, ainda longe daquele grito, sento-me na fímbria do mar. Medito no meu regresso. Possuo para sempre tudo o q perdi. E uma abelha pousa no azul do lírio, e no cardo que sobrevieu á geada. Penso em ti. Bebo, fumo, mantenho-me atento, absorto- aqui sentado junto á janela fechada. Ouço-te ciciar amo-te pela primeira vez, e na ténue luminosidade que se recolhe ao horizonte acaba o corpo."
Al Berto

5.3.06

Já sabia o quanto é bom estar perdido, e novamente juntei dois mais dois e percebi que eram quatro, e que o bom de estar perdido reside no momento do meu encontro.
Que vicio este de perder, de querer me perder para tudo voltar a encontrar.
Descompreender tudo para tornar a aprender.

Jamais abandonarei as ruinas da minha alma, se as tiver que destruir destruirei, mas não deixo em ruinas a casa que me abrigou.

Não desisto...deste movimento, deste pêndulo que se toca nos seus extremos...
Continuarei a oscilar e peço que nada o faça parar, pois a força que trago de um extremo leva-me até ao outro e garante me um movimento que nunca me deixará morrer...
...pelo menos de uma vez só!!!
O Silêncio tb faz falta.
Mas,
Inicio hj a minha viagem de regresso.
Desisti de olhar o espelho.Cansei-me dos reflexos.
O que é mais real?O calor de uma lágrima ou o constante reflexo do vazio?
Já não mais fujo do olhar q um dia cegou o meu.
E sonho,
As malas estão á porta.
Levantei-me do fundo de mim mesmo!
Até á próxima!
Não mais te vejo da janela.Estás cada vez mais distante e agradeço-lhe por isso.
E invejo-o por isso.
Há viagens q valem a pena!
Fui eu q me perdi numa praia sem areia.
Por favor n olhes p trás.
Nao vais estragar td desta vez.
Confia na vida.
Não há duas sem três...e a terceira é de vez!
Vais habitar sempre nos meus sonhos.
E talvez um dia...
Nunca se sabe!
Se não posso ser feliz ainda, ao menos q sejas tu por mim agora!
E hj este é o meu desejo transformado em sonho,
Para ti!
"Recolho o mel,guardo a alegria e digo-te baixinho: Apaga as estrelas, vem dormir comigo no esplendor da noite do mundo que nos foge"

Ass: Ladrão de almas

22.2.06

Adorei...
Tds os momentos!
Este beijo é para ti!

15.2.06

Hoje escrevo-te de um sitio onde já não nos podemos sentir.
Voei para longe e nem me apercebi.
Transformaste-me numa encomenda postal de selo azul sem aviso de recepção.
Hoje arrebataste-me com a tua verdade.
Palavras que queria ter ouvido antes.
Palavras q faziam a diferença.
Palavras...
Recolho-as e guardo-te aqui.
Voei para longe e nem me apercebi.

Hoje é cedo p dizer Adeus!

14.2.06

Tudo é frio nesta cidade.
A pedra que compõe a sua estrutura é fria, a sua textura. O ar frio... seco,o verde das árvores é frio... escuro, o meu nariz é frio... nesta cidade. Cidade de estudantes, de músicos...artistas, menos frios, estudantes obstinados... gelados.
Redoma da europa, quem vive cá não se mostra conhecedor do calor, mesmo que já o tenha sentido, recusasse a aceitá-lo.Falam 3 ou 10 linguas frias, misturas impercéptiveis de idiomas saxões, inglês os mais novos, francês os mais cultos.
A noite é fria... de morrer, o dia é menos frio... mas morto. Os cumprimentos são frios, os beijos são frigidos...três, para compensar, como se a quantidade interessasse... Não há sinal nenhum da dádiva, ninguem dá, nem mesmo uma piada descomprometida...medo de receber pelo pavor de retribuir... o cumulo da frieza.
A única coisa generosa nesta terra... a natureza, generosa demais... desculpa tudo o resto.
As montanhas Alpinas a sul contemplam a cidade... brancas, alguem na cidade as contempla... eu. Talvez de retribuição, prazer de dar, tentativa de receber... minha, não delas... estão mortas, como todos por aqui, talvez precisem todos é de parar, pensar como as montanhas...
Mas gosto, de tudo, digo para mim que nenhum tempo é perdido muito menos para um generoso.
Incrível, a única coisa que aquece nesta cidade é precisamente o gelo... a neve que cobre os picos que se espetão no céu quase desde a sua base. Branco gelo... quente luminoso. Verde escuro... frio duro...contraste impressionante... e que belo!!!

8.2.06

-Gostas de mim agora?
-Amo-te, sabes bem.Mas pq perguntas?
-Para saber.
-Entao ficas a saber que podes perguntar quando quiseres ouvir, mas é uma verdade incontornavel e intemporal.
Silêncio.
Milhares de arvores descaracterizadas passam a 150 km/h ao meu lado mas só te vejo a ti, o teu reflexo no vidro e sorrio pq vamos juntos.
-Podiamos morrer agora, morriamos juntos na proxima curva.
Aceleraste.
E continuaste,
-É preciso viver depressa, viver tudo experimentar tds as sensações e morrer de preferência jovem. O q nos falta?
-Não pára.Pára!!!!Não quero morrer neste fim de mundo num carro de merda como o teu!!
Nunca vamos a lado nenhum mas seguimos sempre o mesmo caminho, já o sei de cor, três à direita e 1 à esquerda antes do pinhal.
-Nunca percebi pq temos de vir sempre pelo pinhal.Gostava mt mais deste lugar se fosse um bosque.
-O q tu gostavas sei eu!
-Estupido!
Cheio de gentinha da carreira 28 q passa o domingo a grelhar entranhas de porco q me faz nauseas.Odeio este pinhal.Odeio td esta gentinha de fato de treino e feliz!
Chegámos à praia e o sol q eu tanto queria ver a por-se já estava mais para lá do que para cá.
-Fdx, é sempre a mesma coisa!Nunca chegamos a tempo!
-Se tivesses bebido menos champagne e fumado menos ontem...
Ensurdeci, n me interesa ouvir coisas q n me agradam, até pq a culpa n foi minha.Nunca é.
Gosto de champagne e entao?
-Gostas menos de mim por isso?
Silêncio.
O dia está a morrer rapidamente e está a levar c ele tantos outros dias q se acumularam neste.
-Quero morrer assim como este dia...e quero q tu estejas lá como nós estamos aqui.
-Sim vou olhar-te p sempre, mesmo q olhe outras q n tu.
-Eu sei.
-Tens medo de morrer ou medo de viver?
Estremeci pq sei q sabias a resposta.
Respirámos o meu, o nosso silêncio.
-Nunca mais voltaremos a estar sozinhos, sabes?
-É assim q dizemos adeus a alguém q amamos?Estou lucidamente morta.
A noite abria-se diante de nós.

Finalmente sei o q é ser imortal, é ser assim , contigo!

6.2.06

O espelho.
O mais mentiroso objecto do meu quarto.
Nunca mais me deixo enganar por ele, não sou a imagem q ele reflete.
Apanhaste-me tu.
Sedução.
Paixão.
Tesão.
Pelo teu não.
E pelo depois.
Noite e pq nunca mais foi dia.
As noites q chorei por ti ao espelho.
As que à força te tentei arrancar de mim.
As vezes q me fiz mal p te tentar atingir a ti q vives dentro de mim...
Cabrao, a palavra fácil p falar de ti.
Por todos os nomes, os piores, que te chamo e q as minhas amigas repetem c o mesmo fervor, pq lhes conto o q me fazes e o que não me fazes, o q me dizes e o que deixas por dizer, onde me tocas e onde nunca tocaste.
Digo sempre ao espelho que não vales nada.
Fazes o pior de tds os silêncios p quem espera, para quem observa e se observa.
E as respostas?
Não vai existir nunca mais uma outra paixão assim.
A partir de agora, vou ser só eu, egoistamente eu sem o reflexo.
O reflexo que eras tu, uma imagem q criei de ti , para mim.
Piada celestial,
O mais sublime dos cabroes, afinal, sou eu!

3.2.06

Esse teu olhar de quem não está, de quem está mas não faz parte, um sorriso fictício, quase irónico...como quem diz "Pode ser que na foto pareça que eu pertenço aqui".
É esse teu olhar sublime, que mostra que és qualquer coisa que vive neste mundo mas não lhe pertence, esse teu desdém divertido por quem quer registar a tua presença, como se de presença se tratasse, pois tu estás presente mas não em qualquer sitio onde te vêem, não necessariamente onde a objectiva te apanha.
É nesse teu olhar que quem vive como tu se revê, se atraí, se embebe. Não és bonita, nem és feia, és humanamente perfeita, mas é o olhar que embebeda, é o olhar que apanha, mesmo a quem se deixa apanhar sem saber porque.
Foi nesse olhar que senti que era teu próximo, mesmo quando nunca te tinha visto. Foi nele, como é no meu...desde criança...

2.2.06

E para não haver duvidas cá vai uma prova de que o Zé Carlos é cá da malta...

A Liturgia do Sangue

Caminharemos de olhos deslumbrados
E braços estendidos
E nos lábios incertos levaremos
o gosto a sol e a sangue dos sentidos.
Onde estivermos, há-de estar o vento
Cortado de perfumes e gemidos.
Onde vivermos, há-de ser o templo
Dos nossos jovens dentes devorando
Os frutos proibidos.
No ritual do verão descobriremos
O segredo dos deuses interditos
E marcados na testa exaltaremos
Estátuas de heróis castrados e malditos.
(...)
Ó deus do sangue! deus de misericórdia!
Ó deus das virgens loucas
Dos amantes com cio,
Impõe-nos sobre o ventre as tuas mãos de rosas,
Unge os nossos cabelos com o teu desvario!
Desce-nos sobre o corpo como um falus irado,
Fustiga-nos os membros como um látego doido,
Numa chuva de fogo torna-nos sagrados,
Imola-nos os sexos a um arcanjo loiro.
Persegue-nos, estonteia-nos, degola-nos, castiga-nos,
Arranca-nos os olhos, violenta-nos as bocas,
Atapeta de flores a estrada que seguimos
E carrega de aromas a brisa que nos toca.
Nus e esnsaguentados dançaremos a glória
Dos nossos esponsais eternos com o estio
e coroados de apupos teremos a vitória
De nos rirmos do mundo num leito vazio.

Ary dos Santos, em A Liturgia do Sangue - Lisboa 63
Vamos os dois, não fingimos, vamos juntos, fingindo!
Não...
Vamos os dois e fingimos q vamos juntos!
Não me fodas
Já não posso mais
Irei dormir
Nem consigo escrever
Tou demasiado cansado de viver

Hoje
O dia já ia longo na praia de tds os prazeres e nenhuma onda mais viria satisfazer-nos a ânsia de a apanhar.Mas tu dentro de àgua continuavas sempre a provocar-me, insitias q querias ver-me a surfar...Não chegaste a ver!
Saímos da água e disseste q proximo havia uma outra praia que me querias mostrar. Falei c as minhas amigas e tds concordámos q seria uma boa ideia.
No caminho perdemos-nos delas e ficámos os dois.
Seguia-te os passos, descalços.
Pisava nos meus sitios q tu havias pisado e sentia-te cada vez mais perto.
Este caminho é mágico disseste, e era de facto!
Um atalho que de repente se tranformou numa ruína de um castelo, cheio de arvores q em tempos remotos viveram, hj eram cadáveres q apenas sustinham no esqueleto as mais requintadas peças de porcelana do serviço de chá da rainha, tb elas uma mera imagem do q foram.
Cacos.
Memórias.
Meu deus, pensei, mas q lugar é este?Mas seguia-te sempre entusiasmada pela ideia de nos conseguirmos dar assim um ao outro e de te provar q afinal tb eu sei surfar!
A meio paraste olhaste p mim e ajoelhaste-te.E que cenário é este?Tu à minha frente, os dois ajoelhados no meio de tantos cadáveres, tudo à nossa volta era passado, nuances do q um dia existiu, um passado q insiste em ser presente...Perdoa-me!
Perdoa-me, nunca te quis magoar!
Lágrimas.
Nunca cheguei à tal praia q tanto me querias mostrar
Nunca te cheguei a provar q afinal tb eu sei surfar!
Não chegaste a ver.
Acordei entretanto,
E agora já eras!

30.1.06

-Era a minha ferida favorita!-disseste.
-Gostavas de escarafunchar nela gostavas!
Era o teu dente que balançava e tu rezavas para não cair, porque adoravas a dor,aquela dor fina...excitante.Mas todos nós perdemos os dentes,mais tarde o mais cedo,perdemos esses dentes de queridas dores suportáveis,dentes provisórios...dos quais, para alem de se suportar a dor, ainda se tira prazer dela. Mais tarde virão os definitivos, aqueles que ficam doentes e mandas a quem compete desvitalizar, tirar vida, portanto, para continuares a viver com eles como se ainda fossem teus, para te esqueceres que já não os tens, como se ainda fossem partes vivas do teu corpo. Porque não queres deixa los cair, antes mortos e bem parecidos do que desdentada...
Podes sempre optar por colocar aparafusados, que trocarás mal deixes de gostar da cor...ou da forma. Mas nunca gostarás deles como gostaste dos que te acompanharam enquanto crescias, aqueles que vieram de dentro de ti...Corpo do teu corpo... Do teu Acido DesoxiriboNucleico... Vulgo ADN...
Lembra te sempre que a culpa da aceleração de todo este processo é tua. Não cuidas, não proteges, és impaciente. Lava-los com o maior gosto de os veres saudáveis, mas depois essa gula não te deixa mantê los, preservá los saudáveis como eles nascem, continuas a querê los, porque são teus, até não suportares mais aquela infecção que se alastra e pouco a pouco destroi tudo...e jamais quererás livrar te deles, mesmo sabendo que transportas a podridão dentro de ti...Maldita Gula...de viver...
Mas não te preocupes.Colocarás a tal dentadura que te permite cantar e cuidar deles ao mesmo tempo...e sorris,sem eles...tens pena de ti...mas continuas a rir a cantar.

29.1.06

Muralhas
Entraste na cidade já a noite tinha duas horas, agastado pela velha sensação de timidez ao ocupares um espaço que não é teu.
Disseram-te, viras uma vez a esquerda e depois duas a direita e entras dentro da muralha. Se soubessem como essa muralha fez sentido em ti!
No amor, como na guerra, as barreiras são mais que muitas, fisicas, como a muralha da cidade, morais, como a timidez de ocupar um espaço desconhecido, a que não pertences, e a que estás a aceder pela primeira vez, a invadir.
E o medo, esse que não te larga, o medo de ir ocupar para mal governar, o medo de deixar entrar apenas para procurar, o medo de pilhar, sem querer, de roubar para distruir, este sim, é a tua grande muralha. Fechaste os olhos da tua atenção, para que deixasses de ver o medo nos teus raciocinios, esse que se cheira a léguas, que ameaça, esse de que os cães não gostam, nem tu, porque te prende. O medo que atiça um cão é o mesmo que te prende. Mas deixando de pensar nele, parte do teu raciocinio continuava a resolve-lo porque sabias que te ataria.
Adiante, entraste na cidade a direita, a última direita que se escondia pr'alem da curva, e se te apresentou num arco, debaixo do qual sentiste a leve sensação de transpor um dos limites. Entraste fisicamente na muralha.
Já na velha cidade, de ruas calcetadas a cubos de granito púlido, as fachadas iam passando por ti. Entre algumas lojas de ar moderno e um bazar chinês, portas sem forma e janelas geometricamente alinhadas entre si e geometricamente dividídas em pequenas molduras de vidro atribuem um certo ar organizado aos sinais antigos da cidade.
Espreitas as ruas finas que se entrecuzam, saem das paredes caiadas cornocópias de ferro furjado que penduram decaedros emitindo uma luz amarela que enaltece a antiguidade das construções.
Pensas, óptimo, esta cidade está inundada de luz turva, essa que não permite ver os defeitos, mas permite ver no vulto o essencial para lhe reconhecer a identidade. Por breves instantes esbate-se o teu medo!
Conduzindo a velocidade moderada, ao lado direito, um largo, e no extremo oposto do largo um edificio institucional, não muito antigo, robusto, parecendo desnivelado, destrais te pensando, numa cidade velha nunca sabemos o que está desnivelado, se as ruas se as casas, e respondes-te imediatamente, claro que é a rua, não imaginas o corredor longitudinal daquela casa a subir ou a descer, dependendo do sentido, e as portas frente a frente de um lado e do outro dele serem mal esquadriadas, podiam ser, mas o bom senso diz que não serão concerteza. Pensamentos mirabolantes, conclusões mais ainda.
De repente notas que o edificio está iluminado por luz branca em focos zenitais, volta-te a tensão do medo, com esta luz ver-me-á a alma, e desmascarar-me-á, será que posso deixar, será que quero?!
Olhas à volta, e excepto aquele edificio, que vieste a saber mais tarde ser o teatro, e mais um ou dois talvez pares deles perdidos no labirinto, eram iluminados por luz branca. Sendo um deles a Sé que avistas no topo da cidade, não te caberia com certeza a triste sorte do teu destino não estar iluminado da luz turva, como qualquer bandido, ladrão, malfeitor ou artista, gosta.
Pit stop para a caixa automática e o respirar do ar da cidade. De pé, e sem os ecrãs através dos quais temos a percepção do cenário enquanto conduzimos, a presença da cidade torna-se mais imponente, tem cheiro, tem mais cor, e o barulho deixa de ser o turbilhão dos teus rodados na calçada e passa a ser silêncio acompanhado por murmúrios ao fundo de uma qualquer transversal. O citadino e quase inaúdivel Pi, pi, pi ,pi do código digitado numa caixa multibanco igual ás outras todas no mundo.
Entras, fechas a porta do carro, e de novo atrás do ecrã. De novo o turbilhão. E o medo, o medo de encarar o que te faz estar ali, o medo de ser encarado como invasor, tendo havido um simpático e irrecusável convite. Sentimento estúpido este, incomodo! Segues, antes de lembrares ser necessário telefonar para saber as coordenadas do teu destino, número de porta, nome de rua, se á direita, se á esquerda, naquela biforcação debaixo do arco ( romano...será?!).
Pegas no aparelho, do outro lado, uma voz rouca, pausada mas firme em contrariar alguma insegurança que detectas ao primeiro " sim, tás onde?"...
Assusta te, insegurança!!! o rastilho que detona o medo...merda...calma...queimará controladamente, deixarei que se consuma a si próprio...
Medo!!! Medo do que?! O medo é precedido de uma projecção futura de acontecimentos menos agradáveis, falhas, incomodos, mal entendidos, e acenta sobre essa projecção, alimenta-se dela.
A mesma voz responde te, "- Na bifurcação debaixo dos arcos é a esquerda...", ia mesmo perguntar isso"..., esgueiras o lábio num sinal de satisfação, óptimo, primeiros sinais de cumplicidade, uma sintonia na designação "biforcação debaixo do(s) arco(s)", olhas para trás, primeiro pelo retrovisor, depois directamente, torcendo o pescoço quase como uma coruja, olhos quase pretos, amedrontados, mas atentos, serenos e prespicazes, assustadoramente enigmáticos, como os de qualquer coruja que se preze. Constatas o teu erro, são arcos, pelo menos dois, que vejas, aparentemente não erraste por muito, não era um, eram dois, apenas mais um, mas que transforma tudo num conjunto, uma pequena margem de erro que muda tudo para o plural.
Sorriste dos teus pensamentos, e seguiste à esquerda, continuando a ouvir a voz, ao trambulhão por uma escada de madeira "...então vem andando que eu vou a porta de baixo para que me vejas...", "- Acho bem, é por isso mesmo que estou aqui..." e sorris mais abertamente, e tens a sensação de perceber um sorriso tambem, do outro lado da linha, se é que me faço entender. Sais da primeira curva e ela sai da última porta antes da próxima, ainda trás uma luz na mão, o telefone, e acena com a mão e com a luz.
O humor! O humor é a solução, o humor quebra sempre o gelo, o humor quebra-o e a sinceridade derrete-o, pensas enquanto que, com a tua tipica falta de cuidado e de atenção, sobes o passeio ao tentar estacionar num lugar bem demarcado por traços amarelos, e que digamos assim, qualquer camionista estacionaria lá o seu pesado sem sequer tocar no lancil.
Desligas a chave, procuras qualquer coisa, não sabes bem o quê, e pensas, é isso mesmo, pronunciarei com os meus modos mais naturais o primeiro pensamento que me atravessar o miolo, e continuas a procura. Do quê?! Não sabes, talvez de um último segundo que deixe consumir o resto do medo que sentes. Levantas a cabeça e olhas-a, através do ecrã. Aguarda-te olhando a luz que tem na mão, talvez veja as horas, levanta a cabeça, encosta os joelhos, e aperta cada braço com a mão oposta. Quase que sabes o que estava a pensar.
Sais, bates a porta do carro com força, como sempre, e volteas a olhar para dentro do carro, novamente a procura de não sei o quê, ou novamente a tentar ganhar segundos. Cuidado com o que dizes, ainda te tomam por pateta! Que tomem, e que seja por um pateta alegre, antes um pateta alegre que um cagão armado ao pingarelho.
Atravessas a rua de sentido único sem sequer olhar para trás, dá-te um ar de seguramça saberes confiar apenas no ouvido, pensas...estúpido, não dirás isto, ocorreu te mas não o dirás...
Chegas perto dela, apertas lhe as mãos que lhe apertam os braços e dás-lhe um beijo na face direita, ela retribui o cumprimento e sorri uma mistura de alegria com reticência, mas notas que luta contra a reticência, é o sentimento de invasão, pensa concerteza "Afinal vieste?!" e tambem "Tás no meu espaço, se algo corre mal, tudo corre mal!", tudo se reflete na sua expressão, pensas "Óptimo, temos transparência..."
- Sobe. - diz do terceiro degrau.
- Subirei. Aposto que sei o que estavas a pensar quando olhaste para o telefone e te abraçaste a ti própria.
- Sim, e então?!
- Viste a hora e pensaste " a esta hora faz frio nesta terra"...
- Perdeste a aposta!
- Sim?!...ooops...e então! o que pensavas?!
- Para já, de inverno faz sempre frio nesta cidade, já estou habituada.- disse já no ultimo degrau sem olhar para trás.
Merda, não tá fácil, tá gelada, deve ser do frio, constante... trocadilho interessante.
- Posso tentar outra vez?- perguntas do penúltimo degrau enquanto ela procurava a chave que abriria a porta.
- Sim, claro, mas olha que vou cobrar a primeira derrota.
- Cobrarás, mas não acumularás a divida da minha primeira tentativa se eu desta vez ganhar.
- Não! Porquê? Ficariamos com o saldo a zeros...
- Não, ao contrário de todas as dívidas, sejam elas de outras apostas ou não, esta eu faço questão de pagar e que me pagues - respondes num racioncinio meio confuso - e assim com'assim não gosto de nulidades, antes negativo do que nulo.
- Tenta, o que esperas?- diz já sob a ombreira da porta, voltando com um ar meio cansado.
- Tentarei. Viste o meu nome no telefone e logo pensaste "era tão bom que ele estacionasse rapidamente e me desse um abraço forte e quente, pois está frio e estou meio confusa com toda esta rapidez da nossa aproximação" basicamente, querias tu pensar "era fantástico se ele me salvasse do gelo desta cidade, e do gelo que me ataca o pensamento, este sentimento de estar a ser invadida por um estranho, não tão estranho quanto isso, mas mesmo assim estranho, convidado".
Soltou um sorriso enorme, completamente aberto, e não soltou uma gargalhada, vim a saber mais tarde, que porque diz não saber rir em voz alta.
Deu dois passos à frente e disponibilizou-se ao meu abraço, esse mesmo que ela precisava e que eu soube, logo que abracei, que precisava tambem.
- Então, ganhei desta vez? - perguntei com o tal ar de pateta alegre.
- Ganhaste, não porque tenha sido exactamente isso que pensei, mas porque adoro o teu humor. Quebra o gelo.
- Sim, ha imensas palavras, já para não contar com os infinitos encadeamentos de raciocinios, para definir os mesmos sentimentos. Fico feliz por gostares, sempre ouvi dizer que o humor é a maior das cumplicidades. - dizes com um sorriso vaidoso, ela concluiu apertando-se-lhe o teu abraço:
-Podes ter a certeza, rompe muralhas de medo.

28.1.06

"Canso-me de me procurar tds os dias...e entao arrasto-me!
É isso q faço c a minha vida...arrasto-a!
Sangrar tds os dias cansa!
E cada dia q passa a culpa de te ter um dia magoado tanto, pesa mais!
Perdoa-me ter-me um dia perdido de ti, de mim e de nós!
Hoje já n existo, sou uma sobra...
Passei o prazo de validade e continuo aqui!
Sê feliz por mim!

P.S :Saudades sempre muitas!"
Amiga minha...
A vida amanhã é um buraco do tamanho do mundo q te espera, condenam-me mas eu n quero q caias nele como eu caí.....mas se tiveres de cair vais ver a vida de uma prespectiva demasiado diferente e a dor por vezes é uma benção!
Não te vou enganar, não é bonito...nada bonito de se ver!
É a maior solidão q existe...é a separação de ti mesma!
Como uma cobra, perdes-te e mudas de pele, um dia acordas e...eras!
Existimos hj de uma outra maneira...não mudamos a maneira de ser, somos seres diferentes...reencarnámos mais uma vez!
Abençoados aqueles q escorregaram...

25.1.06

Perdi-me um dia... Olhava a volta e não sabia por onde ir. Tudo era igual, tudo era cheio, tudo era sem caminho algum. As árvores em meu redor eram cada vez mais iguais, cada vez havia menos pássaros a conversar, menos perfume a terra, menos cantar dos riachos, menos carícias da brisa. A noite caia...
Já confuso, baralhado e atormentado, sentia-me como se fosse um amor sem paixão. Perdido e amargurado não queria mais ali estar. Não queria mais estar num sitio que não quisesse estar. Não queria mais estar na floresta que tanto tinha ambicionado. Ainda me lembro de meses a fio estudar o melhor percurso. Defini a minha rota e com um lanche preso num cajado segui caminho. Tudo em mim acreditava que estava a ir em direcção à felicidade. E quando estava quase a chegar perdi-me. Não tinha bussula, nem mapa, nem estrelas, nem nada...
Exausto, aconchego-me aos pés de um carvalho que repousava ao lado de uma orquidea. A meio da noite um barulho de passos desperta-me.
- Quem és tu e o que fazes aqui?
- Eu sou o Charme e vendo chocolates...
- Mas a quem vendes chocolates se não há aqui ninguém? -interrompi eu!
- Vendo a ti por exemplo!
- A mim? Mas eu não quero chocolate...
- Queres, queres!
- Mas eu não gosto do sabor...
- Estes chocolates não são de sabores... São de sentimentos!
Confuso e mal dormido dispus-me a escutá-lo.
- Vim agora do Vale do Amor. Vinha à pressa com o sapo e a gaivota.
- Mas não há gaivotas na floresta!
- Nesta floresta podem estar quem nós queiramos. Uma gaivota chamada Alice e um Sapo chamado Geremias. E eles vêm comigo desde o Vale. Eles comeram os chocolates!
- Mas onde é esse vale e o que são os chocolates?
O Charme olhou os meus olhos... espreitou a minha alma e deu-me um chocolate. Era preto com riscas lilázes fininhas em zigue-zague. Comi o chocolate e adormeci sem me despedir do charme da Alice e do Geremias.
No dia seguinte o sol raiava de novo... Reparava em cada árvore há minha volta, nas notas dos chilreares, nos mil aromas da terra, nos sonetos dos riachos. A brisa passava por mim como que uma mão percorrendo o meu cabelo. Aquela manhã estava a ser uma manhã como eu queria que as manhãs fossem! Olhei a minha volta e estava no mesmo local onde tinha adormecido mas tudo era mágico e diferente. Achava que não tinha chegado ao Vale do Amor mas estava ali bem... Procurei pelo Charme e de repente vi que afinal sempre tinha estado no Vale do Amor e que nunca tinha reparado. Afinal o Vale do Amor é maior que a terra, maior que os oceanos, maior que o MUNDO.
Um dia mais tarde encontrei a gaivota Alice e o sapo Geremias. Eles vieram ter comigo e disseram-me que a missão deles tinha sido cumprida e que agora eu tinha que cumprir a minha. Eles mostraram-me como ser feliz e eu agora tinha que fazer o mesmo. Admirado, disse-lhes que não sabia como. Que não conseguia fazer as pessoas serem uma coisa que na realidade não são.
- Aí é que te enganas... Todas as pessoas são felizes, são alegres e divertidas. O problema é que se esquecem disso... O problema é que vão aparecendo coisas na vida que as fazem esquecer disso. Ficam mais preocupadas com as coisas más que com as boas.
- E mais... - interrompia o Sapo Geremias. O problema é que procuram a felicidade em todo o lado e não a encontram... Ela está dentro de nós e nunca a encontramos.
- A felicidade é como o Vale do Amor sempre vivemos nele, mas procuramo-lo em toda a parte... (Come o teu chocolate e acorda no Vale do Amor, na Montanha do Amor ou na Ilha dos Amores. E se um dia procurares bem vais encontrar a Alice e o Coelho. Se não procura o Charme e pede-lhe um chocolate!)

- a n d r e - diz:
O começo desta história foi escrita por ti, e terminada para ti!

20.1.06

Saberias quanto sou cruel, se soubesses, ou se julgasses saber. Pensarias que sou cruel, como eu, tambem por vezes me ocorre. Só conseguirias saber como é grande o meu amor por ti, se vivesses dentro de mim, se te sentisses cruel, como eu sinto, por fazer o que tem de ser feito, por procurar todas as envolvências para esquecer, por procurar sobrepôr afectos, afectos para encobrir. Mas como encobrir amor com afectos?..é tapar o sol com o peneiro...
A unica solução é apaixonar me outra vez, por alguem, que por estranho que pareça, cheire puro como tu. Lamento, mas é esse o meu caminho, é isso que tem de ser feito...Parece cruel?
Não, se souberes que o verdadeiro amor não se apaga, não se deixa sobrepôr nem por afectos, nem por paixões nem por outros amores...e o peso da acumulação só se faz sentir em mim, torna me denso, faz me pesar e faz me ser grato ao facto de ter aprendido a amar...contigo...
E aí, tenho a coragem de dizer, que quem ama uma vez, ama duas ou três...

19.1.06

Eu sempre soube que o diabo se me manifestaria em forma de mulher.
O mal encontra sempre a forma de aparecer na sua forma mais sedutora para cada um de nós.
Pode parecer uma máxima, daquelas em que toda a gente já pensou pelo menos uma vez na vida, mas se desenvolver-mos um pouco o raciocinio...Colocamo nos questões pertinentes, como por exemplo, em que forma aparecerá o rabudo a um informático?..na forma de um site de pornografia ou numa computadora?!?!
Em que forma aparecerá o dito cujo a um portista, na forma da namorada loira do Pinto da Costa, ou do emplastro com mamas...e a um sportinguista?...deve aparecer um leão paneleiro, é uma ideia...
Poderiamos passar por todas as profissões, carácteres, clubismos, nacionalidades e étnias...Por exemplo a um americano apareceria em forma de conservador machista gay, caiádo de petróleo, e com uma nota de dólar colada na peida...
Fica o lamiré, pois não tou numa de falar sobre isso exaustivamente.
Um dia apanhei um aviao cheio...
Repleto de sonhos, expectativas, frases feitas, discursos preparados, beijos enamorados tantas vezes imaginados!
Carregava o Destino no porão.
Azul do céu...azul do mar...
(e azul dos assentos??!Pq será q os assentos são sempre forrados a tecido azul ou pele azul..?azul azul azul....pq n há duas sem três!)
N cheguei a chegar no destino do destino...a vida n deixou, encarregou-se de me adormecer os sentidos e qd acordei continuava no avião, desta vez vazio, de regresso a casa.
...Passei a minha paragem...e logo eu q nunca andei de autocarro!
O destino viaja pesado...levou td!
Até hj me pergunto: como seria o destino?
E sonho tds os dias c o destino no destino...Estendido numa praia qualquer a beber pinacoladas!
Fodasse...Porque é que tem de ser assim?.. porque é que tenho de me arrepiar cada vez que esbarramos nas mesmas palavras, no mesmo momento?
Porque é que, quando falas, eu já sei o que vais dizer?
Porquê?...que quando me olhas eu já sei o que estás a pensar?
Sinto que conheço os teu movimentos, sem nunca os ter presenciado.
Conheço a cara que fazes quando amas, porque era a minha, na sua versão feminina.
Sei do teu corpo, como sei das minhas mãos, sem nunca o ter envolvido!
Sei o teu cheiro.Sei, porque cheiras a sedução inocente, porque és mulher e estás inundada de carinho...
Mas isto é muito pouco para dizer de nós!
Até o nosso sinal é oposto, como se tivesse pintado na alma, não no corpo, e quando te olho de frente, é como se olhasse para um espelho magico, que reflete apenas a alma e muda o sexo do corpo...Muda lhe as formas, e só deixa o que foi pintado, a extrato de melanina, derramada até ao fim....

18.1.06

MISERERE

Do you ever look around
turn your ear to the ground
show your face to the sky
on a night when the skies echoe sounds
from inside of your mind
on the stage that you shone
where the sun did become you
and move with your thoughts
through the sighs and the scenes
of the worlds you have seen
and the sights that have been
your reflection in shadows and dreams?
- your reflection in shadows and dreams
Did you ever see a man
who did walk down the street
white robe with no shoes on his feet
and on top of his head place a box with two slits
and the sign from his neck said ‘I do not exist’
or a woman who could not remember her name
did stutter and stutter again and again
and saw you and called you her son
her eyes said
‘my being is gone
but still I’m not dead’?
Miserere
Have you ever seen a sound
have you listened to an image
have you ever touched a thought
have you ever tasted nothing
have you ever told a lie
that was true more than truth
because truth it had lied
all its life when it spoke to you?
And what did it say
it is that it is this
this goes here
here is there
it is not yes it is
it was dulling your senses
your eyes they were bound
have you ever my friends
been looking around?
And the other replies
with a wave of a hand
I am already here
in this promised land
but not by a god and not by a king
and not by a spirit
deep from within
I am here because a miracle’s a whim
it’s a flash of glory
it’s an empty tin
and maybe might lets you in
not to save you
but to keep on looking-
Miserere…
Have you ever been so happy
that you’re sad?
that the lights turn to stars
and the stars become eyes
and hello’s are goodbye’s
and the laughs are the sigh’s
and the show disappears with the note
‘until next time’
Long live living
if living can be this
Long live living
if living can be this
Long live living
if living can be this
Long live living
if living can be this
Do you ever look around
turn your ear to the ground
show your face to the sky
on a night when the skies echoe sounds
from inside of your mind
on the stage that you shone
where the sun did become you
and move with your thoughts
through the sighs and the scenes
of the worlds you have seen
and the sights that have been
your reflection in shadows and dreams
Do you ever look around
and find what is yet to be found?


The Cat Empire

17.1.06

"Amor amor amor"!!!Agora é que foi...Passaste te, deste o berro, kinaste...deste o peido mestre...
É bom que peças perdão mesmo...porque a partir daqui já não vais ter caminho de volta...redime te já, porque a partir daqui, ou vais ser génio ou louca... E em qualquer um desses rotulos vais te rever, um dia a dona do mundo, outro com o mundo esborrachado na cara...Lavarás um dia a cara com água da fonte e no outro dia comerás o remédio dos ratos, serás um dia o unicórnio branco, e o outro o rato do esgoto...com ar de mafioso convicto...serás um dia o charme outro a saudade, em um contemplarás, noutro arruinarás...E o amor nunca jaz dentro de ti porque o amor nasce quando tu morres...ele toma o teu lugar...ele toma te a espinal, sobe te á nuca, ele torna se arrepio, justifica te o passado, para conseguires encarar o futuro...E vai pesando, vai amadurecendo, até ficar podre de velho, até ficar senil, mas nunca morre.
Morrer te á o sexo muito antes de o amor morrer em ti, e dá lo ás...aos teus netos, a todos os netos, dá lo ás a quem não se dá com o corpo, a quem se dá sem esperar retirar o prazer, a quem se dá sem guardar...dá lo ás numa tentativa vã de o esgotares, porque é imenso, tá senil e pesado...E morrer te á o corpo antes de morrer ele...em ti...
Ri-te ri-te...
Devias ter vergonha na cara...será q nunca vais desistir de me atormentar?
Devia ter-te morto qd tive oportunidade, agora é tarde...nunca mais terei motivo nem nunca mais terei coragem!
O q tu querias era q te matasse agora...veres-me enjaulado seria p ti a maior piada...aposto q esgotavas o riso!Mulher do demo!Cabra do inferno!
Odeio-me pq te amo tanto...
O amor...sei lá o q é o amor!!
Amor por mim é q devia ter e n tenho...tenho-o tanto por ti q n chega p mim...
Sou pior q um cão vadio...
Fico sempre c os restos de tudo, os do meu amor por ti...e de ti qd n te dás aos outros!
E o mais amargo de tudo é saber q nunca te vais arrepender de nada, pessoas como tu n se arrependem...causam arrependimentos nos outros.
Qd te invado e espero ouvir um "Amo-te" ouço um "fode-me cabrao!"...Engulo silêncios!
Sei q de ti n posso esperar nada e qd penso no q posso esperar, tremo!
És um demónio...és o meu demónio!
Engulo...engulo-me sempre...e tu anulas-me!
Será q ainda existo algures?...não...devo jazer aí num Nao Lugar!
Eu n era assim, gostava de coisas simples, gostava do luar, de andar descalço , de cheirar a terra, ler poesia e ter um grd amor... comer caracois e beber minis!
Chamas-me bimbo!
És demais...
És perversa em demasia...e eu amo-te por isso tudo!
Se fosses boazinha desprezava-te....és má e coloco-te num altar!
Ai de mim...

16.1.06

Era uma vez....
(Peço perdão pq n sou nem nunca serei uma contadora de histórias)
Era uma vez um vendedor de chocolates chamado Charme...
O Charme percorreu 1000 kilometros adentro da floresta encantada e encontrou o Vale do Amor.
No Vale tudo era belo...O céu era sempre igual, pincelado a ouro e laranja...n havia tempo, nem calor ou frio.
Tudo era desenhado, ...as flores, as nuvens, o Sol e a Lua Cheia estavam sempre lado a lado cortejando-se. As pessoas, eram as mais belas q o Charme algum vez tinha visto em toda a sua vida!
Todos andavam descalços pq a terra era generosa, vestiam tunicas brancas, os seus cabelos eram longos, mt longos e os olhos eram tao profundos q por momentos o Charme conseguia ver-lhes o coração e ouvia.lhes as batidas na respiração.
No Vale havia sempre musica,uma harpa escondida q n cessava nunca e nos jardins das tulipas sempre pessoas a dançar...Ah a dança, a dança era o proprio Amor!
Amor amor amor...e toda a Beleza do mundo inteiro!
A principio toda esta beleza foi bem recebida pelos sentidos do Charme mas á medida q os dias se sucediam, ele estava cada vez mais fraco,mais triste , vazio!E foi entao q embora destroçado, sabia q tinha de partir...continuar a sua viagem em busca de outras paragens, outras gentes, potenciais clientes!Os chocolates tinham acabado e Vale era demasiado encantado...
Despediu-se de todos...de tudo..dakele sol e da sua lua...de todas as musas q amou, de tds os pintores q admirou, atravessou o jardim das laranjeiras e partiu!
No caminho viu a beleza ir embora e o frio a tocar-lhe a face de novo...já n cheirava a sândalo, o céu era outra vez apenas céu e o seu passo era de novo firme...
Sozinho se encontrava finalmente melhor, pq sempre foi assim...
E agora podia finalmente sentir a Saudade a chegar, uma nova companheira de viagem...nunca mais estaria só!Nunca mais caminharia vazio...levava o Vale dentro de si...
Era agora um homem rico, não pq o negócio dos chocolates tinha corrido bem mas pq guardava na alma a lembrança de tudo o q é bom...um eterno arrepio corria-lhe na pele, o Amor!
Nem o Charme pode conviver assim c o Belo...e a caminhada é mt mais valiosa qd é partilhada com a dor!
A Beleza assusta...destrói-nos lentamente...corroi a alma!
E a Lua é mt mais bonita sem o Sol...

13.1.06

Na pouca substância material do meu quarto, que contrasta com a muita substância reflectiva da minha imaginação, sinto que quase consigo fazer parar o mundo. Não consigo fazer parar o tempo, esse mesmo, o tempo, o cronológico, esse que não se lhe conhece o principio nem se lhe vai avistar o fim...O que passa sem parar, mas continua a redundar. Continuo a duvidar se é ele que passa por nós, ou nós que passamos por ele, sendo que a primeira faz mais sentido, porque nunca houve vez alguma que eu tentasse parar, deixar de olhar, e o encontrasse no mesmo exacto momento onde o deixei. Mas entre intervalos de tempo perdido, e a porta do meu quarto, nunca haverão momentos de tempo não vivido, não observado e não refletido...

10.1.06

E se fosse esse o teu desejo...então sim, conversariamos até secar a voz. Como se não houvesse amanha, como na verdade não o há, pois seria apenas prolongamento, da mesma voz seca e rouca de hoje, até que secássemos...voltássemos a secar e a dissecar.
E aí sim, só restava mover montanhas, não em sonhos, mas montanhas de sonhos... arrasta-las, consumi-las...
E porque o sonho alimenta o desejo, e o desejo volta a mover montanhas, movê las iamos e sonhavamos até que tudo fosse planicie...essa mesma chamada Amor que em tempos sustentou montanhas de paixão.

9.1.06

E de repente...zaz...fez se luz...
E no curto espaço de tempo entre o momento em que senti, ou "quis" sentir que vinha na minha direcção e o momento em que me tocou foi um momento suspenso...Um momento suspenso cheio de esperança, mas com a pouca fé que se me permite...Um momento suspenso, vazio de tempo...um instante que se permitiu durar horas, em que a unica coisa que recordo são as gargalhadas, os dentes brancos, as nodoas de vinho, os cinzeiros cheios e a laranja...bendita seja a laranja...
E depois ela atravessou me, numa sensação de nada querer e tudo poder, uma sensação de nada esperar e tudo acontecer, assim como se tivesse que ser para hoje...como se de uma cadeia natural de acontecimentos se tratasse...em que depois de um vem outro, e só poderiam acontecer por esta ordem.
Se me permitem, irei definir a minha maneira...não é destino, não está escrito, não é mão de ninguem superior... é simplesmente, a vida que nos vai preparando, e sempre da melhor maneira...sempre...para o que vem a seguir...

7.1.06

Doi-me a cabeça de tanto pensar
Assim como me doem os olhos de tanto ver,
ou de procurar
mas o que me incomoda mais antes de dormir
é doer me o peito de tanto sentir...
Se tivesse mil mãos escreveria a minha alma em livro num segundo...Não sei se num livro se num papel imenso. Num papel que poderia servir de parede, de chão, de tecto, de embrulho. Ou seja, a imagem escrita da minha alma serviria, tanto para separar, como para pisar, para contemplar, ou para enbrulhar, encobrir se a si própria, oferecer se a si próprio numa reinvenção, numa descoberta surpreendentemente constante...ou numa surpresa constantemente descoberta
Qd partir lembra-te q um dia passei aqui... e escrevi para ti!
"Um dia volto, prometo! "...minto-me sempre!
Penso q nao vou aguentar mas aguento...aguento-me!
Qd partir não mais me falarás, mas promete q me lerás sempre!
Ficarei na palavra, na tua letra e na nossa musica!Sim, aquela q nunca tivemos...
Teremos agora!
Promete q me sentirás no mar, q me recordarás no sabor do vinho decantado...
E eu prometo-me a ti!
Qd adormeceres sou eu q vou estar a teu lado...e qd beijares sou eu quem te vai invadir lentamente!Saberás reconhecer-me o sabor!
Nunca será mais ninguem, nem nunca serás tu com alguem!Não poderia ser senão eu...
Desculpa meu amor mas de mim não te livras...
Serei sempre eu!
A saudade um dia, será só um calafrio...
Prometo-te q eu serei sempre o teu arrepio!
Chegou a hora...corro, corro muito pq este comboio não vou perder!
É rapido, eficaz e definitivo!
E grito!!
Amo-te!...Amo-te mt mais do q devia!
Sim, qd chegar a casa mando um sms!
Somos e seremos, tornaremos a enlear, porque para nós, o que é não é o que parece ser, e o que parece ser nunca será...
Porque bateremos no fundo, no fundo do poço que não tem fundo, mas esperamos sempre por ele, porque cremos que tocá lo, senti lo, nos fará voltar a criar, voltar a viver, voltar a ver...nitidamente.
Nós...
Somos aqueles que depois de construir precisamos destruir.
Aqueles que viverão eternamente na autodestruição e por contraste,por oposto e por equlilibrio na autoconstrução.
Somos os que cresceremos até ao infinito e minguaremos até a insignificância...
Complicaremos até ao fim,e desataremos todos os enleios...todos os nós...até que tudo se torne cada vez mais próximo...
Enturvaremos,para tornarmos claro...destinguir o limpido transparente, do turvoquaseopaco...
Pintaremos por cima da tela para vermos através dela.
Somos nós, o cúmulo do egoísmo e ao mesmo tempo a essência da dádiva...
Pontapearemos...o nosso, e o dos outros...não respeitaremos...
Interessa nos o acto de fazer, não o resultado do feito...
Para nós, será sempre no complexo processo de execução que estará o orgasmo...
Seremos o artista que no fim queima a sua obra, porque no fim tudo o que interessa é a recordação do que foi enquanto não o era,porque depois de o ser já foi...
Seremos até ao fim aqueles que viverão aquilo que vai ser, recordando o que foi.
Nunca conseguiremos alinhar o nossos agora...porque o agora acabou, já foi...e o agora que será tambem passará por nós como o agora que acabou de passar.
Hoje n escreverei de Amor, nem sobre o Amor!
Nem de paixões avassaladoras, nem de saudade...ou de solidão acompanhada!
Hoje escreverei sobre nós!
Nós somos aqueles q nunca dormem...somos aqueles q queremos parar e n conseguimos pk tudo parte e tudo é mais forte, mais frágil e ao mesmo tempo mutável de uma forma tal q é demasiado rapido e nos perdemos na ilusão de um dia termos tocado o fundo.
Aquele fundo áspero, frio...que me mudou, q te mudou...q te trouxe a mim!
Mediremos um dia juntos a distância q separa o ultimo folego!
Nós somos aqueles q bebem as proprias lagrimas pk n há mais ninguem q aprecie esse sabor...amargo!
O meu sabor, o teu sabor....
Nós somos o terço q se deixa ser rezado...o instrumento, lideremos o caminho!
A música, a beleza e toda a natureza!
Nós somos os eternos descontentes...pk tudo é demasiado simples e aparente!
Tao pouco ardente...
Nós...
Tu és o meu nó...
O meu guia...
És o meu Lais de Guia!

25.12.05

Morres um pouco de manha e ao meio dia qd o sol mais queima.Tens de continuar.Tens de esquecer.N aguentas mais.Tens de acabar, matar, recomeçar a viver. Só q ela está presa por dentro e tu agarrado a ela por um nó na garganta e n sabes o q deves deitar fora, arrancar, vomitar, p q ela te saia de dentro. Sais á noite c definitivos propositos de n voltares sozinho.Levas um bocado do tecido rasgado e keres encontrar o todo, mas n encontras ninguem!Pior...encontras alguem q te vem provar sem remissão q n a vais poder substituir tao facilmente pq n há mais nada no mundo inteiro dps dela senão 1 deserto de tempo q se estende á tua frente onde tudo se torna insignificante e pekeno!
Começas a beber, a fazeres-te mal, pq estás triste e n acreditas em nada senão na dor. Queres morrer e n podes e nem tens coragem p te matar. E qd ainda pensas em voltar atrás, tb sabes q n é possivel voltar atrás pq tu estás num mundo e ela noutro, os dois q tao depressa se afastam, encerrados em planas fotografias em q estao abraçados e nus e já n somos nós!

Pedro Paixão

E quem nunca vomitou assim, nunca viveu assado!